André Sá encerra carreira como jogador e será homenageado no Rio Open
Sá abriu caminho para os conterrâneos campões de Slam Bruno Soares e Marcelo Melo e virou uma referência para todas as gerações do tênis nacional. Aos 40 anos, ele termina sua trajetória como jogador com conquistas que impressionam não apenas pelos números e longevidade, mas também pelo respeito e credibilidade construídos desde 1996 no circuito profissional.
Ao longo desta jornada, Sá atingiu 30 finais de duplas na ATP entre os anos de 1998 e 2017, foi campeão em 11 oportunidades, o que o credencia como terceiro duplista mais vitorioso da história do tênis nacional, atrás apenas de Melo e Soares. Tamanha é a sua representatividade na modalidade, que somente no US Open foram 18 participações.
Mas foi em Wimbledon, seu Grand Slam predileto, que o mineiro alcançou o auge ao disputar, em 2002, a fase de quartas de final em simples – igualando Thomaz Koch (1967) e Gustavo Kuerten (1999) como o melhor resultado já atingido por um brasileiro na chave de simples masculina. Cinco anos mais tarde, ainda em Londres, Sá esteve a uma vitória da final de duplas, mas parou nas semis ao lado de Melo, atual número 1 do ranking.
“A decisão de parar veio por uma combinação de razões, mas é uma decisão muito pessoal que também abrange a oportunidade de trabalhar com o Bellucci”, revela o mineiro, que seguirá ligado ao esporte como treinador do paulista Thomaz Bellucci.
Sá começou a jogar tênis aos 8 anos e, aos 13, mudou-se para a Flórida, nos Estados Unidos, onde desenvolveu grande parte do seu jogo no juvenil na renomada IMG Academy, em na Flórida. O mineiro representou o Brasil em 20 confrontos de Copa Davis, incluindo sua participação ao lado dos ídolos Guga, Fernando Meligeni, Jaime Oncins e do ex-capitão e Diretor de Relações do Rio Open, Ricardo Acioly, na inédita semifinal do Grupo Mundial, em 2000, contra a poderosa Austrália de Lleyton Hewitt, Patrick Rafter e Mark Woodforde.
Um ano antes daquele confronto, Sá subiu ao pódio com a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, com o parceiro Paulo Taicher. A trajetória verde e amarela torna-se ainda mais expressiva com as quatro participações do mineiro em Olimpíadas (Atenas, Pequim, Londres e Rio de Janeiro), um recorde absoluto entre os tenistas brasileiros. Nos Jogos, Sá tem vitórias sobre os espanhóis Rafael Nadal e Carlos Moya, em 2004, com Flavio Saretta, e sobre os irmãos britânicos Andy e Jamie Murray na Rio 2016, com Bellucci.
Seu trabalho no Conselho de Jogadores da ATP o consolidou como um dos nomes mais fortes dos bastidores do tênis, ajudando a trazer um inédito ATP 500 para o país. “O Rio Open é o maior torneio de tênis da América do Sul, então a sua importância é enorme (no cenário do tênis). Sempre foi um desejo meu fazer este esporte crescer no Brasil e ter um torneio deste porte no País representa um grande avanço”, comenta Sá, que teve como melhor ranking de duplas a 17ª posição e foi 55º na lista de simples.
Além de André Sá, o Rio Open homenageará Carlos Kirmayr. Desde a primeira edição, em 2014, o torneio iniciou uma tradição de homenagear personalidades que marcaram o esporte nacional ou mundialmente. Homenageou Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten em 2014. Em 2015 foi a vez de Thomaz Koch, Nick Bollettieri e Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha. Em 2016, Fernando Meligeni e Alcides Procopio foram os homenageados. No ano passadoi foi a vez das tenistas top 100 da história do Brasil, Luiz Mattar e André Silva. As homenagens acontecem durante a semana do evento.